terça-feira, 9 de agosto de 2011
O toque da mão do mestre
Estava maltratado e amassado, e o leiloeiro,
Pensou que quase nem valia a pena,
Perder tanto tempo com o velho violino,
Porém, segurou-o com um sorriso.
“Quanto me oferecem, meus amigos?”- falou
“Quem dará o primeiro lance”?
Um dólar, um dólar e meio, e então, dois! Apenas dois?
Três dólares, dou-lhe uma, três dólares, dou-lhe duas;
Dou-lhes três…
“Mas não,
Do salão, lá no fundo, um homem grisalho
Veio à frente e tomou do arco;
Então, tirando a poeira do velho violino,
E, afinando as cordas frouxas,
Tocou uma doce e pura melodia
Como canta um anjo que gorjeia.
Cessa a música, e o leiloeiro,
Em voz suave e calma,
Diz “O que me oferecem pelo velho violino?
E segura-o no alto juntamente com o arco.
“Mil dólares, e quem oferecerá dois?
Dois mil, alguém dá três?
Três mil, dou-lhe uma, três mil, dou-lhe duas
Dou-lhe três, vendido”, diz ele
As pessoas aplaudem, mas algumas gritam
“Nao compreendemos nada
O que alterou seu valor?”
a resposta vem imediata:
O toque da mão de um mestre
E muitas vezes um homem com a vida fora de tom
É judiado e marcado pelo destino
É vendido barato para a multidão descuidada
Assim como o velho violino
Um prato de sopa, um cálice de vinho;
Um jogo – e ele segue viajando,
Vai uma e vão duas
Vai a terceira e foi
Mas, vem o Mestre e a tola multidão
Nunca compreende
O valor de uma alma e a mudança operada
Pelo toque da mão do Mestre
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