quarta-feira, 28 de setembro de 2011
O que valeu a pena hoje?
Sempre tem alguma coisa. Um telefonema. Um filme…
Paulo Mendes Campos, em uma de suas crônicas reunidas no livro “o amor acaba”, diz que devemos nos empenhar em não deixar o dia partir inultilmente.
Eu tenho, há anos, isso como lema.
Antes de dormir, quando a noite chega e o sono ainda não veio, eu penso: o que valeu a pena hoje?
Sempre tem alguma coisa.
Um telefonema. Um filme. Um corte de cabelo que deu certo. Um e-mail inspirado…
Já para algumas pessoas, ganhar o dia é ganhar mesmo:
Ganhar um aumento, ganhar na loteria, ganhar um pedido de casamento, ganhar uma partida, ou até um presente.
Mas para quem valoriza apenas as megavitórias, sobram centenas de outros dias em que, aparentemente, nada acontece, e geralmente são essas pessoas que vivem dizendo que a vida não é boa, mesmo já tendo seu super apartamento, sua bela esposa, seu carro do ano e um salário aditivado.
Nas últimas semanas, meus dias foram salvos por detalhes.
Uma segunda-feira valeu por uma música que não conhecia e alguém me mandou por e-mail… Linda… Que me arrepiou, me transportou para uma época legal da minha vida, me fez querer dividir aquele momento com pessoas que são importantes pra mim.
E assim correm os dias, presenteando a gente com uma música, um crepúsculo, um instante especial que acaba compensando 24 horas banais.
Claro que tem dias em que ninguém nos surpreende, o trabalho não rende e as horas se arrastam melancólicas,sem falar naqueles dias em que tudo dá errado:
Batemos o carro… Somos multados, e pra melhorar, depois perdemos a chave do carro no cinema…
Pois estou pra dizer que até a tristeza pode tornar um dia especial, só que não ficaremos sabendo disso na hora, e sim lá adiante, naquele lugar chamado futuro, onde tudo se justifica.
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