terça-feira, 9 de abril de 2013

Para refletir

Havia na floresta uma nogueira frondosa

Que atingida por um raio estava oca !

Um lindo esquilo, achou-a maravilhosa….

E se apressou em fazer dela a sua toca.



Construiu com folhas secas o seu ninho

No tronco oco, causado pela fagulha.

A nogueira deu-lhe morada; e o danadinho

Ainda enchia com os frutos sua tulha.



Passou ali a morar solitariamente,

Lugar calmo, sereno, tranqüilo

Ali passava os dias, feliz e contente

O pequeno, irrequieto e lindo esquilo



Quando saía à procura d’outra comida

Sempre trazia nas bolsas de sua boca,

Reforço da provisão que era recolhida

P’ra suportar o inverno em sua toca.



A comida estocada era bastante

E daria boa sobra certamente.

Não fosse o pedido que mais adiante

De seu compadre, que se dizia doente.



O inverno ainda mal se aproximava

Chegou seu compadre pedindo arrego!

Pois na primavera e verão que acabara,

Sua doença impediu-o de prover aconchego.



Condoído e, como o bom samaritano

Acolheu seu compadre, no novo ninho.

Prometendo no verão; em vil plano

Ajudar, nova estocagem, com carinho.



A provisão de grãos era abundante

Para um esquilo no inverno alimentar,

Com a chegada do compadre suplicante

De certo, haveria privação; ia faltar.



Na seca, a comida era escassa e distante

Não dava tempo, de mais arrecadar.

E por mais que tentasse ir adiante,

Sempre voltava, sem nada para guardar.



O inverno chegou úmido e frio

O compadre de comer até sarou

Comia sem parar e sem fastio….

Até que um dia a provisão acabou !



O anfitrião foi em busca de comida

Achou pouca, com que mal se alimentou.

Enquanto o compadre ficou na torcida

Dum lauto almoço, como nunca se privou.



Do dia seguinte, agastado pela fome,

Saiu, dizendo ir em busca de comida…

Chegou à noite não voltou, isto consome

O bom esquilo. que o acolheu e deu guarida.



Logo ao alvorecer, muito preocupado

Não cansou de procurar o seu compadre,

Correu, por dias a fio e, já cansado,

Ao passar perto da porta da comadre



Resolveu nela descansar ao fim do dia.

P’ra em seguida nova busca começar,

Lá chegando, chamou-a com alegria !

E pediu, para aquela noite ali passar.



A comadre disse logo, vamos subindo

A toca é sua e ainda há provisões.

Surpresa! A comadre, estava-a repartindo,

Com aquele que buscava em todas regiões.



Na toca da sua comadre, igual ele falou:

Que chegou o inverno e em razão da doença,

Estava sem provisões; Nada arrecadou,

Esta, condoída, acreditou na pretensa.

E como seu compadre, na toca o acolheu

Com ele, dividindo suas provisões.

Se o inverno for rigoroso, meu Deus!



Sujeitou-se a também, passar privações.



O compadre percebendo o engodo

Confabulou à comadre o que ocorria

Esta, ao ver que ajudava um preguiçoso…

No dia seguinte, o esquilo despedia.



Moral da história:



Socorrer os que induzem amargura,

Às vezes é sacrifício em vão!

É preciso analisar quem nos procura,

Antes de consultar o nobre coração.

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